O momento presente para a mente consciente é algo confuso. O fato de dizermos o "agora" já deixou de ser, depois de ter sido dito. Tal pertence ao passado.
Numa perspetiva temporal, o agora simplesmente não existe. É apenas algo para partir a linha entre o passado e o futuro.
Quando sentimos a vivência do momento presente nas nossas vidas e se estamos verdadeiramente presentes, o tempo simplesmente pára. Todos já sentimos isso. É o que chamamos de êxtase ou fusão. É o Nirvana, no Budismo e o Samadhi no Hinduísmo. É algo diferente na maneira de ser visto. Podemos encontrar essa comunhão na natureza, num bebé, num idoso, ou no sentir de um orgasmo, numa simples respiração ou no abraço que se sente como eterno.
Aqui saímos da tal linha do tempo para acedermos ao que verdadeiramente somos - União com tudo o que existe.
Para alcançarmos este estado dentro da linha do tempo, a atenção é crucial. E voltamos ao momento presente, ao "agora". E o que é isso? É ser e fazer ao mesmo tempo. É por exemplo escrever, lavar a louça ou caminhar e sentir como nos sentimos enquanto o fazemos. É tentar deixar os pensamentos de lado e sentir essa vivência completamente. Para tal é necessário disciplina de querer viver o momento. E embora a mente comece a colocar partidas de associações e afazeres desnecessários, é quando se torna urgente respirar fundo, agradecer (à mente) o seu papel de alerta e voltar a total atenção para o que estamos a fazer, a sentir, a ser!!
E quando conseguimos "domesticar" a mente, esses momentos de fusão tornam-se parte integrante do nosso viver, transformando-nos e ajudando de alguma forma quem vem até nós ou convive connosco.
Tornamo-nos mais serenos e por vezes mais silenciosos e sobretudo centrados.
No fundo a natureza faz isso desde sempre. É só observar! :)